Uma amizade verdadeira pode mudar a vida das pessoas. Isso já sabia o célebre pianista e compositor de jazz estadunidense Don Shirley.
Ele mesmo padeceu por ser negro o terrível racismo imperante em 1962 quando realizava uma turnê musical pelo sul dos Estados Unidos, experiência retratada no notável filme Green Book: O Guia.
Elegante e discreto, na viagem entabula uma improvável amizade com seu motorista, o grosseirão Tony Lip, um ítalo-americano do Bronx.
Mudança de vida
O músico de ascendência jamaicana (interpretado no filme por Mahershala Ali), não se parecia com a maioria dos afro-americanos, cujas oportunidades estavam até mesmo restringidas por lei.
Foi um virtuoso pianista, estudou música no estrangeiro e fez um doutorado em Música, Psicologia e Artes Litúrgicas. Também foi um pintor talentoso e falava fluentemente oito idiomas.
A turnê pelo sul representou uma imersão na realidade tanto para ele como para seu chofer, interpretado por Viggo Mortensen.
Dois homens que faziam malabarismos a fim de se livrar da violência racial e que teceram um vínculo único, com muito companheirismo, generosidade e sentido do humor.